Odeceixe-ao-Mar
Este percurso circular permite combinar um troço de beleza espetacular de trilhos de Pescadores com a riqueza da várzea da Ribeira de Seixe, a vida rural dos habitantes das planícies de Maria Vinagre e as melhores vistas que Odeceixe oferece, a do lavadouro e a do moinho.
A foz da ribeira de Seixe é um deleite para o olhar. O doce fluxo da água vinda desde Monchique, depois de refrescar hortas e várzeas, derrama-se em abundância no oceano. No seu troço final, vai deixando sedimentos nas margens, criando labirínticas zonas húmidas que constituem habitats essenciais para a fauna. As garças-reais e as garças-brancas são presença habitual, assim como as aves limícolas. Estas últimas são frequentes na praia: pilritos, rolas do mar e borrelhos correm inquietos junto à espuma das ondas, devorando apressadamente todos os pequenos animais trazidos pelo mar.
A vegetação, discretamente, faz-nos o grande favor de proteger as dunas do ataque do vento. Sem estes arbustos aromáticos, em forma de almofada para melhor resistirem ao vento, as dunas desapareceriam. A areia que as constitui seria levada para os campos agrícolas, casas e estradas, pelo vento que sopra do mar para terra. Vale a pena também apreciar as formas que a erosão do mar escava nas rochas das falésias. Estas rochas antigas estavam já dobradas e partidas pela formação de cadeias montanhosas antigas. Agora o mar e os pequenos riachos escavam-nas, acrescentando novas formas, igualmente espectaculares.
Nos bosquetes deste percurso circular é fácil encontrar algumas plantas muito raras e endémicas do sudoeste de Portugal, como Adenocarpus anisochilus (arbusto de belas flores amarelas), Euphorbia transtagana (planta muito discreta, com uma seiva leitosa que é tóxica) e Centaurea vicentina (com vistosas flores púrpura na primavera).
Na avifauna, destaque para as petinhas dos campos e dos prados (Anthus campestris e Anthus pratensis), a gralha-preta (Corvus corone), a fuinha-dos-juncos (Cisticola juncidis), os picanços (Lanius), o pica-pau (Dendrocopus major), o trigueirão (Emberiza calandra), a trepadeira-azul (Sitta europaea), o pintarroxo (Carduelis canabina), o chapim-de-poupa (Lophophanes cristatus) e a escrevedeira -de-garganta-preta (Embriza cirlus). Escondidas nos bosquetes, as rapinas saem para caçar nos campos abertos. É o caso da águia-cobreira (Circaetus gallicus) ou do peneireiro cinzento (Elanus caeruleus).
Onde começar
Odeceixe
No início da Rua do Rio, seguindo em direcção ao Largo 1º de Maio (largo principal de Odeceixe).
Ficha Técnica
Regras e Recomendações
Dicas
Abastecimento durante o percurso
Ao km 3, na praia de Odeceixe.
Ou ao km 10 em Maria Vinagre.
Avisos Importantes
Entre a vila de Odeceixe e a praia, o percurso segue ao longo da estrada. Circule pelo lado esquerdo da via (sentido oposto ao trânsito) e seja prudente.
Existem outros percursos na zona. Tome atenção à sinalética.