Odeceixe » Aljezur
Esta caminhada pelo planalto litoral atravessa pastagens e campos agrícolas com batata-doce, milho, amendoim ou tomate, intercalados por manchas de pinhal e eucaliptal. Junto às povoações e lugares, surgem hortas cultivadas da mesma forma desde há séculos, numa sequência precisa, determinada pelas luas e solstícios. Muitas famílias tiram da terra mais de metade do seu sustento – fruta, legumes, leite, ovos e carne de animais de criação.
A água subterrânea é tão abundante, neste planalto litoral, que acaba por aflorar à superfície em alguns locais de cota mais baixa, dando origem a zonas húmidas, localmente designadas brejos. A vegetação é muito especial, pois nem todas as plantas suportam tanta água no solo de forma permanente. Para alguns animais, os brejos são locais de alimentação, refúgio ou reprodução. A borboleta Euphydrias aurinia, protegida a nível europeu, por exemplo, é uma das espécies que depende destes mosaicos de prados húmidos com silvados ou tojais. Eles são também o habitat ideal do rato-de-cabrera. Os brejos são bons locais de caça para aves e morcegos, uma vez que há abundância de pequenos mamíferos e insectos.
Nos pequenos bosques entre parcelas agrícolas abundam arbustos aromáticos como o zimbro, a perpétua-das-areias, o rosmaninho e o alecrim. Nestes bosquetes também é fácil encontrar algumas plantas muito raras e exclusivas do sudoeste de Portugal, como Adenocarpus anisochilus, Euphorbia transtagana, Thymus camphoratus e Centaurea vicentina.
Por aqui, muitas aves coabitam placidamente com as pessoas, nomeadamente perdizes, codornizes, garças-boieiras, rolas-bravas, cegonhas e estorninhos. O rouxinol comum ouve-se cantar em todas as galerias ribeirinhas.
Quando o dia começa a cair, pode contemplar-se a elegância e agilidade dos morcegos a caçarem insectos sobre as charcas ou em volta da iluminação pública. Todas as espécies de morcegos que vivem em Portugal comem insectos. Cada animal consome numa noite mais de metade do seu peso em insectos voadores ou rastejantes! São milhares de toneladas de insectos consumidos anualmente pelos morcegos! Os morcegos têm assim um papel ecológico muito importante, ajudando a controlar as populações de insectos e prevenir pragas e doenças.
Onde começar
Odeceixe
No início da Rua do Rio, seguindo em direcção ao Largo 1º de Maio (largo principal de Odeceixe).
Aljezur
Junto ao mercado de Aljezur, seguindo em direcção ao Museu Municipal.
Ficha Técnica
Regras e Recomendações
Dicas
Abastecimento durante o percurso: No Rogil, existem cafés e restaurantes.
Avisos Importantes
Esta etapa cruza-se com outros percursos. Tenha atenção à sinalética.
Ao sair de Odeceixe e ao entrar no Rogil, tenha cuidado ao atravessar a estrada nacional.
Alojamentos mais próximos
Restaurantes mais próximos
Actividades mais próximas
Comércio local mais próximo
Apadrinhei esta etapa

Nelson Banza
Padrinho desde 2020
“Sou Nelson Banza, de 44 anos, moro em Sines e sou cozinheiro de profissão, um amante da Natureza e um viciado e aficionado das caminhadas.
Na Rota Vicentina abracei este rico e majestoso projecto, que tanta falta faz à nossa região, e que para além do prazer de caminhar, nos faz pertencer a uma família.
A perfeita sintonia com a Natureza e os meus sentimentos inerentes e únicos, que me revitalizam e me fazem mergulhar num universo criativo ao caminhar, foram os motivos que me levaram a apadrinhar uma das etapas da Rota Vicentina.
É ao caminhar nestes trilhos que a meditação ocorre sem que eu me aperceba, daí a satisfação de acalmar a mente, limpar as ideias menos boas e criar espaço para novas perspectivas. Caminhar sem pressa e ter no fim da etapa um objetivo agradável: de todas as formas de viver, aquela que mais me agrada.”